quarta-feira, 22 de junho de 2016

RJ: Nova associada: Sol Mendonça

SOL MENDONÇA

1) Fale um pouco sobre o começo do seu trabalho com LIJ.
Escrevo desde pequena. E ouço histórias desde antes de escrever. Meu pai é escritor e minha mãe costumava chegar em casa quase toda semana com livros novos. Isso nos anos 1980, quando Ana Maria Machado, Lygia Bojunga, Ziraldo, Ruth Rocha, Fernanda Lopes de Almeida e muitos outros produziam muito. Fora isso estudei no CAP-UERJ desde o primário, que dedicava boa parte de seu projeto pedagógico ao incentivo à leitura e à vivência com todos os gêneros literários. Portanto, minhas influências literárias são autores que se dedicaram à LIJ. Foram os livros para crianças que me ensinaram a pensar, a ser crítica, a ver o mundo poeticamente, a entender as complexidades humanas. Então, quando comecei a pensar em ser escritora, o caminho natural foi escrever pensando também nas crianças e nos adolescentes, que necessitam de muita, muita leitura literária, de prosa e poesia, de quadrinhos a crônica, para viver no mundo "adulto". Comecei a publicar com um livro de poesia que não tinha sido feito para criança somente mas também pode ser apreciado por crianças - o E com quantos paus se faz uma canoa?, em 2011. Antes disso, eu já tinha escrito outros textos. Um deles, o juvenil Depois a gente vê como fica, foi publicado 10 anos depois de eu ter iniciado.

2) Três livros seus para quem não te conhece.
1 - E com quantos paus se faz uma canoa? (Gryphus) é um poema de perguntas baseado na pergunta do repertório popular célebre, que é também uma brincadeira. Então eu brinco: Com quantos meninos se faz uma roda? Com quantos limões se tem limonada? Com quantos carimbos se diz funcionária? Com quantos tropeços se acerta o passo? Com quantos domingos se está descansada? O poema não responde nada, claro. As ilustrações, da Carla Pilla, misturam colagens, objetos fotografados... 
2 - Lá no Meu Quintal (Livros Ilimitados) foi ilustrado pelo Agostinho Ornellas, que é também a inspiração para o menino protagonista. A história real gira em torno de curiosos bichos de estimação e de árvore de estimação, a Minda, do protagonista, que não eram muito apreciadas pelos adultos da família. Em seu mundo particular onde ele construía um cenário cinematográfico e o retratava em seus desenhos, ele vive aventuras com seus amigos "diferentes". Um dia, ele sofre sua primeira decepção.
3 - Depois a gente vê como fica (Livros Ilimitados) é uma novela juvenil que reúne todos os elementos presentes dos textos para jovens: namoros, relacionamento com os pais e com os amigos, a escola, mas com uma abordagem pouco comum. Os personagens Luísa, Marina e Beto são amigos inseparáveis e vivem um triângulo amoroso no Ensino Médio. O ano narrado no livro é repleto da angústias, incertezas e transformações para os três amigos. Em uma trama paralela, está o relacionamento de Márcia e Claus, os pais de Luísa. A voz de Márcia ganha força em alguns capítulos, enriquecendo o olhar sobre como uma mesma situação pode ter vários pontos de vista. As canecas de cerâmica de artista plástica Gláucia de Barros e ilustram o livro com os personagens estampados, são um destaque da edição.

3) Quais os seus planos para os próximos cinco anos?
Meus planos para os próximos cinco anos incluem publicar juvenis, publicar mais poesia e mais infantis, e iniciar na dramaturgia infantil, talvez adaptando, talvez criando do zero. Quero me dedicar também ao projeto Liberte o Escritor, que eu criei em 2014, de incentivo à escrita de literatura, para jovens de ensino fundamental. Quero me dedicar mais prioritariamente ao fazer e também ao incentivo ao consumo literário.

Mais informações em www.soldeler.blogspot.com.br.

Foto: Sandra Ronca

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