sábado, 30 de junho de 2012

SP: Canto & Encanto da Poesia - História mal contada

HISTÓRIA MAL CONTADA

Quis fazer a quarta história
com rainhas bem malvadas,
princesinhas delicadas
e os nobres mais diversos.
Quis também fazê-la em versos.
bem rimada e na medida
pra ficar mais divertida
de contar para vocês.

No início, até foi fácil:
inventei que um certo conde
escondeu, sei lá eu onde,
o chapéu da princesinha,
a coroa da rainha
e a peruca da duquesa,
pra depois, por malvadeza,
por a culpa no marquês.

Foi então que o feitiço
virou contra o feiticeiro:
o tal conde, traiçoeiro,
do marquês roubou a rima
e depois, ainda por cima,
afirmou que duvidava
que eu achasse a tal palavra,
mesmo que levasse um mês.

Não gostei da brincadeira
mas fingi que nem dei bola...
revirei minha sacola,
espiei atrás do armário,
procurei no dicionário,
no chapéu, no meu chinelo
e por todo esse castelo,
com apuro e rapidez.

Vasculhei quarenta quartos,
cem caixotes, mil gavetas,
cento e trinta e três saletas
e um porão empoeirado.
Tudo em vão! Desanimado,
sem poder fingir mais nada,
eu gritei: “Que palhaçada
que o maldito conde fez!”

Eu já ia desistindo
quando tive uma surpresa:
descobri, perto da mesa,
um baú misterioso
que eu, muito curioso,
logo vi estar trancado,
mas um pontapé bem dado
fez a coisa abrir de vez.

Achei lá uma coroa,
um chapéu, uma peruca
e- que coisa mais maluca-
um gatinho siamês,
um cachorro pequinês,
uma taça de xerez,
um boné de lã xadrez
e o coitado do marquês.

O chapéu, dei pra princesa,
a peruca, pra duquesa,
 a coroa, pra rainha,
um ossinho pro cachorro,
uma anchova pro gatinho
e um golinho no xerez;
pus o boné na cabeça...
e dei adeus pro marquês!

Poesia de May Shuravel Berger,associada da regional paulista da AEILIJ
Livro: Na casa do curinga publicado pela Companhia das Letrinhas.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

SP: Quintas (65)

FRAGMENTOS

Mastigando mágoas em vez de buscar um alimento mais nutriente para a alma. Assim se comportam alguns.
Mal sabem que talvez devesse ser melhor desbloquear a audição e passar a ouvir o que está além das asperezas.
Seria bom resistir aos insensatos confrontos do cotidiano, às intempéries inócuas, aos desacertos, e olhar no pasmo das coisas que realmente importam o desassombro da alegria que espreita e vela pelos nossos almejares.
É mais fácil se perder ou perder aquilo que jamais deveria escapar entre os dedos. Por isso é preciso firmeza e audácia.
O que já foi sonho, o que já foi ilusão. Nada disso deveria se desfazer nas nódoas diárias.
Voltar ao que sempre nos alegrou. Ao que nos trouxe a alegria particular. O que foi colhido nos momentos mais solitários, aquilo que jamais nos irá trair. Pois fez-se parte integrante do que somos e do que seremos sempre.
Tem algo que a multidão não leva, que a arrogância não consegue desbotar, que o tempo não conseguirá desfazer, destecer. Algo que não escolhemos, mas nos foi agraciado, nos foi ofertado na infância, e nos mais íntimos encontros com nossa existência.
Sou o que fui. Fui o que serei. O exato querer do recolhimento, das escolhas e da alegria. Só essa alegria como vela votiva, só essa alegria me persegue, me protege.
Anos foram necessários para que eu compreendesse que jamais estive na multidão.

Marciano Vasques

terça-feira, 26 de junho de 2012

PR: Reunião de trabalho

Profissionais criativos e comprometidos com a qualidade da literatura dirigida aos jovens leitores e definindo metas em comum, visando conquistas profissionais. 

Mari Inês Piekas, Célia Cris Silva, Alexandra Barcellos, Marilza Conceição, Iara Beatriz Moreira, Alexandre Barvik e Ingrid Osternack.
Esteve presente também a escritora Priscila Prado, que não saiu nesta foto.

Postado há 26th June 2012 por Marilza Conceição
Localização: Biblioteca Pública Do Paraná, Curitiba.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

SP: Mensagem - Eu, a janela e a chuva

Eu, a janela e a chuva 

Finalmente o dia amanheceu nublado, preguiçosamente cinza. Coloquei as cachorras para fora, antes que a grama molhada as impedisse da voltinha matinal. Alimentei os gatos e fui à sacada ver do alto o que estava acontecendo na praça do outro lado da rua. Os marrecos gritavam uns com os outros desesperadamente: “Corram, corram, a chuva vai chegar logo, precisamos encontrar um abrigo seco e seguro”. E, em segundos, desapareceram pelos túneis verdes de arbustos empoeirados, que estalavam ansiosos.

Abaixo, no meu jardim, contemplei mais uma vez – como tenho feito há dias – o pássaro bicudo e alaranjado que está florescendo: a linda estrelícia que, vagarosamente, desperta em seu ninho de folhas verde-azuladas. Quando as primeiras gotas caíram de uma nuvem faceira, que não conseguiu esperar pelas amigas, eu vi a estrelícia abrir o bico e saborear o puro líquido do regador celestial. Acho que Ele nos presenteou com flores para sempre lembrarmos que temos alma, que existe muito mais importância nas Suas coisas do que nas que criamos.

Entro no meu quarto, e por que não, como se adolescente fosse, volto a deitar-me, mas antes abro a janela e convido a paisagem a invadir meu dia como se fosse um quadro moldurado em madeira. Vejo a palmeira comprida por onde escorre a água da chuva, agora muito mais forte, e escuto a música torrencial que acusticamente me isola do mundo, transformando as paredes da casa em braços de mãe que me protegem.

Eu amo a chuva. Quando chove, os vizinhos param de gritar, os cachorros não latem, telefones não tocam e os jardineiros desligam os cortadores de grama. Pausa. Aproveito o momento de solidão para esquecer-me dos afazeres e das preocupações. Nada mais existe além de mim, da janela e da chuva. A água, que purifica e acalma, tem esse poder de tirar todas as minhas dores. O sopro do vento conduz as folhas que marcham pela rua como numa manhã de sete de setembro. Com suas mãos, o vento lava os pés do mundo, em total humildade. O sol hoje está descansando no colo de outros povos, que o veneram depois de muitas águas.

Aqui, o ar úmido entra em nosso corpo, levando uma sensação de bem-estar aos pulmões tão cansados dessa seca recente. Água. Bendita água!

Aos poucos, a chuva cessa, e a paisagem refrescada continua a sorrir. Escuto, agora, não mais a água escorrendo pelos muros invisíveis do meu mundo, mas carros que passam vez ou outra, um vizinho caminhando com o netinho que gargalha ao pular as poças no meio-fio e os pássaros a cantar. Um canto de celebração. Eles também são gratos por esse dia molhado, um oásis no meio da semana seca.

Simone Pedersen


Simone é escritora associada da regional paulista da AEILIJ

sábado, 23 de junho de 2012

SP: Página do Rospo (6)

REMOVER SIM, REMOER NÃO!


Ao encontrar um amigo, Rospo observa seu semblante cabisbaixo e para romper a mudez arrisca um diálogo.
—O que está acontecendo, amigo?
—Tudo anda difícil. Não consigo nem pensar direito. São tantas as dificuldades...
—Sei, está remoendo.
—E deveria fazer outra coisa?
—Sim, tem sapo que neste mesmo instante está removendo.
—Remoendo, removendo. Aprecia brincar com as palavras, não é, meu amigo?
—Remover é mover novamente, mas também é um remo que movimenta o olhar. Remover pode ser remar a visão. Remover pode ser desentulhar a mente. 
—Lembra do que me disse em nosso último encontro?
—Perfeitamente. Nos despedimos sob José Ortega y Gasset...
—"Eu sou eu e minhas circunstâncias", vive a repetir isso, Rospo.
—Considero interessante. Mas compreendo também que a serenidade socrática nem sempre é possível. De qualquer forma, quero que saiba que entre se pôr a remoer e a remover, melhor sempre optar pela segunda.
—Falar sempre é mais fácil.
—Nem sempre. Às vezes, falar é o mais difícil.
—Rospo, passei a vida inteira ornando o meu ser, e agora, estou numa indecisão tremenda. Todo desesperado.
—Num certo momento, de nada adianta emplumar-se a alma, quer dizer, de nada adiantam solenidades. O que importa para o ser são os cuidados. Se você descuidou-se de si, não viverá o apogeu da alegria. 
—Rospo, seja mais claro. Excesso de leitura deu nisso?
—Ao contrário. A leitura torna o ser mais claro, mais objetivo, mais nítido...
—E por qual motivo então do lado de dentro do muro tantos se tornam cada vez mais labirínticos, mais complicados, com o pensamento mais rebuscado, mais enigmático? Seria excesso de prevenção? Seria uma espécie de égide? Um escudo usado para se preservar da "ganância" popular em se adentrar no mundo da Filosofia?
—Meu amigo, você está de bem com a vida, só não se deu conta. O que significa que está na hora de remover os entulhos que tanto o incomodam.
—Sabe, Rospo, talvez eu necessite do amparo da solidariedade dos amigos.
—Será que esse amparo, no seu caso, não seria por acaso, um sentimento gerador de pena comunitária? Às vezes a tristeza é tão atraente! Frequentemente o fracasso é regozijo da alma alheia. Deve ter reparado o quanto é difícil para a maioria aplaudir o sucesso de alguém próximo? Se você se mostrar remoído, certamente despertará paixões improdutivas...
—É muito para a minha cabeça, Rospo. Deixe-me aqui remoendo. Isso me causa um certo conforto.
—Pois então que continue a viver confortavelmente. Cá eu tentei removê-lo, mas parece que a argumentação está encontrando bloqueios sedimentados. Tchau, meu querido.

No caminho, Rospo encontra a velha amiga.
—Sabapela!
—Rospo! Agora meu coração sabadoficou.
—É?
—Não está vendo? Sabadofiquei-me. Veja como estou alegre.
—Para onde vai, amiga?
—Vou à padaria Rubi, comprar o pão nosso...
—Sorvete?
—Viva! O sábado começou! Venha comigo.
—Como estão as dificuldades, querida?
—Clamando para serem removidas, meu amigo.
—E como se faz isso, minha bela?
—Enfrentando-as;
—Ás vezes as dificuldades são tão poderosas e imensas que parecem até deusas.
—E daí? Sou uma titânide.
—Yupiiii!


MV

RS: Prêmio AGES - Convite


quinta-feira, 21 de junho de 2012

SP: Quintas (64)

UM CERTO COELHO ENTRE NÓS


Muitos personagens povoam as mentes infantis. Geralmente derivados das Histórias em Quadrinhos e popularizados nos vespertinos da televisão.
Uma boa parte não acrescenta nada à criança. Só perseguições, pancadarias, espertezas, safadezas, bobagens e coisas sem sentido e muitas vezes sem lógica. É pássaro levado que está sempre brigando e levando a melhor, é gato perseguindo rato. Enfim. E tem coelho que também nada diz.
Entretanto, hoje resolvi falar de um coelho especial. Visto que no espaço lúdico da criança o coelho triunfou, por causa de sua graciosidade, e pela sua fertilidade até se tornou um símbolo da Páscoa, para glória e alegria do comércio de chocolate.
Bem disse a Clarice: toda criança deveria pelo menos uma vez na vida ter um coelho. Eu conheci, tu conheceste, um em nossa infância. E não dá para falar dele sem falar da sua dona, ou seja, da sua criadora. Encanto de vida.
Algumas vidas realmente me enfeitiçam. Espinosa, e ela, Beatrix Potter, a criadora de Peter Rabbit. Genial. Uma doçura. E viveu numa época difícil para a mulher. Podemos vasculhar e pesquisar um dia inteiro na busca de encontrar uma época que tenha sido fácil para a mulher, mas ela nasceu no século XIX e viveu uma parte do século XX. Morreu em 1943.
Época em que mulher não podia trabalhar, e menos ainda ser autora de Literatura Infantil. Ser independente? Nem pensar! Mas ela foi, o seu espírito era independente, talvez por ter convivido em toda a sua vida com os animaizinhos, entre os quais, os coelhos, e ter sido uma grande e incansável observadora e, um detalhe, atenciosa para com os pequenos seres que vivem ao redor da infância. Ela era diferente e destoava de sua época. Amava os animais e até conversava com eles. Por isso seus personagens doces e sensíveis conquistaram o coração da criança em todos os lugares. Criança é universal, pertence a todos os lugares. Escritores que perceberam isso, escreveram obras inesquecíveis.
Peter Rabbit. De vez em quando nós o vemos em sacolas. Mas ele foi o personagem travesso e encantador da obra mais famosa de Beatrix Potter.


Numa época preconceituosa contra a mulher, a autora e ilustradora procurou setenta editoras para tentar publicar o seu primeiro livro. Todas recusaram, pois era difícil naqueles dias para um principiante, um autor desconhecido publicar um livro. As editoras recusavam, e em se tratando de mulher...
Em 1902 seu coelho Peter foi publicado. A septuagésima editora aprovou.
Começou a ganhar dinheiro com a venda de seus livros e se tornou próspera, pois bem dizem, coelho dá sorte, por isso que uma certa ignorância prevaleceu durante muito tempo por aí, de se cortar a pata do coelho e, talismã!
Vamos só nas coisas amenas.
Contrariando o espírito dominante da época, ela não queria se casar, mas uma mulher era feita para casar, e era inaceitável para a família uma componente de feminino ganhando dinheiro com seus próprios livros. Que barra! A inglesa Beatrix sofreu, mas jamais desistiu de seu ideal. E emocionou os corações dos pequenos com seu extraordinário coelho.
Dizem que J.K. Rowling deu o sobrenome do seu bruxo porque ela adorava a autora de Peter Rabbit, mas por enquanto, é só boato.
Não só os seus coelhos, mas todos os seus personagens animais têm vida, e bota vida, menino! E têm muita alma.
Ela chocou a sociedade e depois a encantou com seu coelho. Nada mais justo que seja lembrada. E viva Peter Rabbit!
Quer uma vida de beleza? De luta e determinação? Siga essa mulher, a maior escritora de literatura infantil do mundo e de todos os tempos. E abrace o seu coelho.


Marciano Vasques

segunda-feira, 18 de junho de 2012

RS: Encontro de Escritores na 28ª Feira do Livro de Canoas



Postado por Jacira Fagundes

NE: Fliporto confirma nomes para 2012



Na 4a feira, dia 13/06, em coletiva à imprensa, a equipe da Fliporto, na qual tomo parte como Curador de Literatura Infantil e Juvenil, sendo um dos responsáveis pela programação dos braços Fliporto Criança e Nova Geração, confirmou  alguns nomes para o evento. Nestes segmentos, destacamos a vinda da escritora ANA MARIA MACHADO, atual presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) e ganhadora, em 2000, do Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Prêmio Nobel da Literatura Infantil.

Além da escritora Ana Maria Machado, também já estão confirmados os escritores Alexandre de Castro Gomes, Cristina Villaça, Flávia Côrtes, Léo Cunha, Luiz Raul Machado e Paula Pimenta, bem como os ilustradores Cris Alhadeff e Laerte Silvino, dentre outros. 

A Fliporto 2012, que terá lugar de 15 a 18 de novembro na bela e acolhedora cidade de Olinda, promete ser uma grande festa, recheada de literatura infantil e juvenil da melhor qualidade. Aguardem mais novidades sobre as ações continuadas para este público, bem como a confirmação de novos nomes.  Sejam mais que bem vindos.

domingo, 17 de junho de 2012

SP: Um livro do qual gostei muito - O balé da chuva



O  BALÉ DA CHUVA

Autora:  MARILZA CONCEIÇÃO 
Ilustradora:  Alessandra Tozi           

          A casa de madeira e de janelas azuis, rodeada de trinados e dos aromas do quintal, dorme. Noite de temporal. Noite trovejante. Uma menina acorda assustada. Uma mulher, na cozinha, diante da janela, recorda as chuvas da infância e os cheiros da chuva. Um encontro mágico acontece entre as duas.
          Já é poético desde a primeira página, e não poderia ser de outra forma: Uma menina e sua mãe numa noite de tempestade.
          A chegada da chuva, anunciada pelos sinais, é de encher os olhos da alma. O bailado do vendo curvando as árvores, o assovio, os objetos do quintal, caindo, promovendo onomatopeias. E a contadora de história nos resgata isso tudo, quando mostra para uma menininha o que de fato precisamos ver e saber.
          Na narrativa uma dualidade é lançada ao leitor: sentir e pensar. Qual a deveras importância de cada um? As coisas tomam formas, em pensamento e nos sentidos, com o aparecimento da menina assustada com a chuva.
          Então, acontece: mãe e filha sentadas num degrau, e a chuva vira música. As gotas bailam, há uma orquestra, é a orquestra da chuva. Tem até um teclado!
          Qual a nota mais grave? Qual o instrumento mais vigoroso? A chuva já faz parte de uma história de vida, de um encontro único, na raridade de corações que se aconchegam, que se abastecem. História repleta de delicadezas onomatopaicas.
          Tem que apurar os sentidos, tem que sentir a beleza da orquestra, de cada instrumento, sentir que a chuva lava o telhado.  Eis o que esse encantador livro me mostrou.
          Abriu-me a ópera da chuva. Se não sabem, crianças, a chuva tem o seu cantor.
Quis aqui repartir a alegria e a felicidade da leitura desse livro. Um referencial para quem busca a doçura poética que está presente no mundo, nas coisas que são, nos acontecimentos que a pressa moderna deixa escapar, na singeleza e na cortesia da vida.
Estive diante do registro de um encontro que me aqueceu o coração de leitor.
As ilustrações, beleza azul.
Quem quiser conhecer a obra, deve entrar em contato direto com a autora. A mãe.

MARCIANO VASQUES

SP: Mural - junho de 2012

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NÚMERO 30 - junho DE 2012
O Mural é uma agenda cultural postada todo início de mês,
 
porém, editada ao longo do mês conforme os eventos surgem.
A agenda das bibliotecas é renovada semanalmente.
Amigo associado de qualquer cidade do Estado de São Paulo,
contribua...
aguardamos notícias dos eventos do interior.
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NOTICIAS DE ASSOCIADOS
Colega associado, de toda parte, se tiver uma noticia para nós,
por favor nos envie para que possamos divulgar.
Jamais se sinta desprezado;
sua noticia pode não estar aqui
porque não sabemos a respeito dela,
nos ajude. Obrigado
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 SIMONE PEDERSEN

"É uma alegria imensa compartilhar com vocês que a partir de hoje sou membro-correspondente da Ases, uma entidade com vinte anos de existência dedicados à Literatura.
Um dos concursos literários mais respeitados do país é o da Ases. Um exemplo de academia literária em nossas terras."
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REGINA GULLA
(Oficina Literária On Line)
  
"Esta Oficina online de Criação Literária, é um laboratório de escrita que acontece via msn ou skype por duas horas por semana. Tem a duração de cinco meses.O que acontece é que eu vou lhe apresentando os exercícios, que são propostas para experiência escrita ali, no momento, desinibidoras e que visam torná-la hábil na escrita e em desfazer os tabus que a impedem de ser mais exercitada, experimentada por todos nós. Eu vou conduzindo experimentos passo-a-passo, até você alcançar um grau suficiente de expressividade, clareza, estética no texto. O processo se inicia com o uso do pensamento criativo, que se mostra mais aberto na escrita do poema (pensamento por analogias, imagens, a importância do som da palavra, do ritmo, etc). Até chegarmos, em dois meses, na prosa, na crônica, na narrativa breve, com recursos suficientes de expressão literária.
Em suma, esta é a forma como as reuniões ocorrem. Eu estou realmente dedicada a este trabalho, além da escrita de meus livros, e posso garantir-lhe que a mudança no seu pensamento criativo e na fluência e boa escrita, inevitavelmente acontece e de forma surpreendente.
A mensalidade, sempre depositada em minha conta corrente no início de cada mês é de R$ 250,00. Traduzindo para o valor da hora-aula, é R$ 35,00 por hora, mais ou menos. Mas só funciona se temos completado os cinco meses de curso, para que os resultados sejam realmente atingidos e meu trabalho pessoal com cada um também tenha um amadurecimento.Ok?
Transmito, nos links abaixo, um pouco do trabalho dos frequentadores (jornalistas, donas de casa, médicos, editores, psicólogos, – esta oficina é muito diversificada, tanto em idade, profissão, interesses, motivação, e em relação ao repertório lingüístico).
São escolhas dos trabalhos dos escritores que praticam esse método, e desabrocham suas sementes que estavam guardadas: (Acho que sou uma jardineira, ou uma espécie de parteira da escrita de cada um )
http://www.youtube.com/watch?v=MfxhB1PqPRAhttp://www.youtube.com/watch?v=NLOk3kw2x-A&feature=relmfuhttp://www.youtube.com/watch?v=B48hbQvN9os&feature=relmfuhttp://www.youtube.com/watch?v=Dfm48GKH3bI&feature=relmfu 
(este é meu trabalho)

Regina Gulla
011 67524010
cep: 05416-002
Oficina de Criação Literária Gato de Máscara - Vila Madalena, São Paulo, SP, Brasil "
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CURSO COM BRUNO GROSSI (BEGÊ)
PARA QUEM ESTÁ EM MINAS GERAIS

"Será TERÇA e QUINTA das 18:00 às 20:00

Curso de Artes Gráficas tem duração de 1 ano.
A matrícula é R$70,00 e a mensalidade é R$210,00

Espero as inscrições até semana que vem para darmos início à primeira turma.
Para outras informações ligue para (31) 3911.1824

Estou enviando um folheto e o plano de ensino em anexo para saberem mais sobre o curso, ok

Resolvi colocar as informações, conteúdo, dicas e tudo deste universo das artes gráficas no bloghttp://www.nasartesgraficas.blogspot.com.br/
Lá pode tirar dúvidas, saber a origem, as tendências entre outras coisas.

Aproveitei e coloquei todas as aulas que estou dando na PUC/Minas para fazer download.
O curso que estou dando lá é de Ilustração, assim tem o passo a passo das aulas, exercícios, referências e muito mais. "
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LANÇAMENTO - FABIANA SALOMÃO


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 REEDIÇÃO - LAURA BERGALLO

 
Comunico o relançamento de meu livro “Uma História de Fantasmas”, que – depois de esgotado na editora – foi reeditado com novo visual.
Bjs,
Laura Bergallo

UMA HISTÓRIA DE FANTASMAS

Infantojuvenil – Editora Lachâtre
Medo de fantasmas é uma coisa muito comum. Ainda mais quando se ouvem histórias arrepiantes em noites de lua cheia. Mas de onde vem esse medo?
E
como podemos enfrentá-lo? As férias de Juninho estão quase acabando. Aproveitar todos os momentos com a turma é importante, mesmo que seja para
brincar no terreno baldio atrás da velha casa abandonada. Um dia, algo surpreendente acontece, revelando fatos como a sobrevivência do espírito,
imortalidade, lei de ação e reação, mediunidade e reencarnação... E agora, será que o menino vai perder seu medo de fantasmas?
Descubra junto com o personagem desta história cheia de mistérios.

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LANÇAMENTO DE SONIA ROSA
(RIO)
Amigos queridos!
Esperança Garcia foi uma escrava piauiense, alfabetizada, que corajosamente
escreveu uma carta para o governador no dia 6 de setembro de 1770.
Um história real e emocionante!
Espero vocês no lançamento!
Vou ficar bem feliz!
Beijinhos!
Sonia Rosa
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LANÇAMENTO REGINA GULLA, EM BREVE
 
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CASA DAS ROSAS


QUINTA POÉTICA – 48a edição
 
28 de junho de 2012

 com início às 19h 

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REGINA DRUMMOND

"Pessoal, acaba de sair da gráfica o meu primeiro livro em alemão: "A chata daquela gorda", da Ed. Cortez, que se chama "Diese Doofe Dicke" na versão da Taina Verlag."

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HELÔ BACICHETTE
(Rio Grande do Sul)

"Olá pessoal,
Sábado, dia 23 de junho, das 16h às 18 horas, na Escola Tem Gente Teatrando ( Rua Olavo Bilac,300- esquina com a R. Regente Feijó) eu e a Eloir Fernandes vamos esperar por vocês para a Festinha de Lançamento do nosso novo livro: O mistério das folhas perdidas."


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CELSO CISTO

"Amigos e amigas, acaba de sair a terceira edição, revista e ampliada, do meu livro "TEXTOS E PRETEXTOS SOBRE A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS". Publicado pela editora ALETRIA, de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil), o livro tem sido referência obrigatória nas obras acadêmicas (trabalhos de conclusão de cursos de graduação, dissertações e teses) de vários contadores-pesquisadores espalhados pelo país... Estamos todos radiantes com os mais de 10 anos de sucesso deste livro! Que tal dar uma espiada?"

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sábado, 16 de junho de 2012

RS: Convite da associada Helô Bacichette


Olá pessoal,

Sábado, dia 23 de junho, das 16h às 18 horas, na Escola Tem Gente Teatrando ( Rua Olavo Bilac, 300 - esquina com a R. Regente Feijó) eu e a Eloir Fernandes vamos esperar por vocês para a Festinha de Lançamento do nosso novo livro: O mistério das folhas perdidas.

O grupo Contapete da Biblioteca Pùblica Municipal Dr. Demétrio Niederauer, Sandro da Tem Gente Teatrando e o músico Samuel Sodré estão preparando algumas surpresas e...

Hummmm, vai ter quentão pipoca e suco.

Abração,
Helô

Postado por H

quinta-feira, 14 de junho de 2012

SP: Canto & Encanto da Poesia - As artes do vovô

AS ARTES DO VOVÔ

O vovô é bem velhinho,
Às vezes, fala sozinho
Esse vovô é de morte,
Diz que pratica um esporte:
Ficar de papo pro ar
E dormir até roncar.
Tem hora  que a coisa complica
Quando o vovozinho implica:
- Quem pegou minha dentadura?
- Quero comer rapadura!



A poesia "As artes do vovô" faz parte do meu livo de poesias REBENTA PIPOCA, publicado pela Pioneira, cujos direitos retornaram para mim.
Ilustração de Marchi
Um abraço,
Regina Sormani


2 comentários:

Nil Medeiros15 de junho de 2012 10:41
Adorei esse vozinho...

Regina Sormani15 de junho de 2012 15:50
Oi, Nil!
Realmente ele é demais!!!! rsrsr Um bj da Regina

SP: Quintas (63)

DANÇANDO NO TEMPO


Quando a valsa surgiu causou um escândalo. Como era possível tal coisa? Homem e mulher dançarem tão próximos? Furor. Assombro. Assim aconteceu.
O tempo seguiu e eles continuaram dançando. Boleros, sambas. Veio o twist, o Rock And Roll, e chegou a época em que homens e mulheres passaram a não dançar juntos.
Num determinado momento, foi importante a liberdade de movimentos. A música trouxe isso, participou da revolução da juventude, que finalmente mostrou como virar uma página da história.
Jovem é a delícia de transformar o mundo, remover pedras patriarcais, engrandecer a consciência, cutucar de verdade, instigar, revolucionar, por isso é conveniente idiotizá-lo, mantê-lo alienado. Todo sistema opressivo tem pavor de jovens.
Adolescente sente as dores primeiro, sente de forma intensificada as dores do mundo. Ocorre que é melhor para o sistema mantê-lo como "aborrecente". Há uma comunicação anti-dialógica (Peço compreensão, mas estou cedendo ao hífen, sempre. Sei que não é uma atitude exemplar, pois homens por demais ilustres impuseram com sabedoria acadêmica uma reforma ortográfica tão essencial para unir países separados pelo Atlântico...), entre a escola, por exemplo, e os jovens. É sempre bom lembrar que ela é sim a alma da sociedade, é nela que as sementes da mudança poderiam surgir.
Tudo resultou na simbologia da liberdade. O corpo virou prioridade, celebridade de si. Libertou-se do corpo. Do outro. Tornou-se a sua festa de si.
Todos devemos muito a ele. Que seguiu os embalos da alma que em si não mais cabia.
Inegável a importância do corpo em sua decisão de dançar sozinho, da libertação dos movimentos. As circunstâncias modificam-se, tornam-se como sempre, senhoras da vida. Assim foi, e sempre será. A circunstância é a dama, às vezes, de ferro. Teremos que banhar nossos olhos no riacho da gratidão para os jovens com suas canções, que participaram de algo grandioso que estava explodindo.
Depois das conquistas, depois da revolução, o acomodamento, e até ouvimos uma certa canção tão importante do Pink Floyd transformada em propaganda da Coca - Cola, e o batuque sem sentido, sem fulgor, das crianças das periferias.
A natureza do acomodamento é morrer em si. E surgiu o que de forma audaciosa pode ser chamado de contra-revolução, (se me permitem o hífen), que é o ritmo das idiotizantes letras com alto índice de desvalorização da mulher, só para citar um item.
Tem muito desrespeito. Preservar a letra da canção é um zelo, um cuidado, um esmero do bem viver, é garantir a felicidade das crianças.
Letras ofensivas contra a mulher é um dos primeiros sinais de decadência de uma sociedade, em seus valores culturais. O empobrecimento cultural segue degraus, graus. Vai aos poucos se consolidando no falso cintilar.
Por outro lado, a época muda, adquire seu novo rosto, seus contornos a cada dia florescem, cada amanhecer merece uma nova página de jornal. O que era num momento não cabe mais em outro. Artistas populares do Brasil vangloriavam-se de que fumavam maconha, de que usavam drogas, assim como também ídolos internacionais. Isso não cabe atualmente. A droga perdeu o seu charme de revolucionária, sua alma de liberdade, tornou-se uma droga.
Discursos tidos como progressistas hoje seriam considerados altamente prejudiciais. Nenhum setor aceita a baboseira de alguns ídolos no passado, como declarar que drogavam-se, embora naqueles dias, tal coisa tivesse algum sentido.
A "democratização" da cultura, o "protagonismo juvenil", cada idiossincrasia, cada falácia, aprofundou a cada dia os entrelaçamentos do desmoronamento cultural. Isso se torna mais visível na dança dos corpos separados. Já não é mais fascinante e gracioso o que era antes. O tempo passou a clamar por urgências.
A elegância, a força das primeiras audácias, o twist, e outros ritmos, hoje são registros de uma época de busca de liberdade, tão importante, que garantiram o grau máximo de liberdade de expressão, tão essencial na construção de uma sociedade igualitária, embora tenhamos que passar por essa fase, em que compositores escrevem letras perigosas, nas quais mulheres, parceiras, são chamadas de cachorras, para ficar em exemplos mansos.
Atualmente, a ousadia de uma afirmação pode ser considerada uma posição ultrapassada, antiga, e até "reacionária " dos costumes, mas quem nasceu de atrevido sabe que deve chacoalhar sempre as consciências, e expôr o impensável, a alternativa esquecida.
Só homens e mulheres dançando juntos podem salvar o tempo.
Salvar o tempo é salvar o planeta. A volta ao corpo, retorno regido por uma nova consciência: o corpo não será mais prisioneiro, nem de si, nem de outro. O corpo procurará o corpo, pois homem só é feliz ao lado da mulher, e vice-versa; o sexo há de retornar ao prazer estético do coração.
Prazer estético do coração quer dizer: usufruir da alegria de estar com o outro. Não é uma volta ao romantismo clássico, mas ao romantismo que sempre esteve presente: homens e mulheres estão mais arejados, intelectualmente falando, e saberão que além das ideias que sustentaram pilares seculares de opressão, estão livres para o amor, e isso começa na dança.
A aproximação inefável é a do rosto colado ao rosto. Respiração ao ouvido, batimento cardíaco, pulsação na balada.
O que o homem quer, o que a mulher quer, é tão pouco. Apenas ser feliz ao lado do outro. Tal afirmação nada tem a ver com a defesa de casamento ou qualquer outra instituição que a cultura inventou para segurar a natureza.
Na reconstrução do pensamento musical, quanto mais mulheres compositoras surgirem, melhor. Quantas mais Pittys melhor. Com suas letras criativas e inteligentes. Equalize, por favor.
Bom notar que dançar sozinho, corpo solto no espaço, profusão de gestos, já foi o mais rico exemplo de liberdade, mas o homem e a mulher se procurarem para juntar os corpos numa dança pode salvar a época. Pois não temos profusão de versos elegantes. E isso é necessário. A elegância, a polidez, o requinte, a beleza, serão atributos sempre necessários.
E a evolução desaguaria na sincronização mais requintada: não mais, como nos bailes antigos, apenas o homem retirar ou convidar a mulher para a dança. Mas ela sim também convidando um parceiro de baile para dançar. 
Finalizando: o exemplo mais rico de liberdade foi danificado. Então, urge o retorno do casal na dança. E quando homens e mulheres voltarem a dançar juntos, o mundo sofrerá um acréscimo de felicidade, tão necessário nos dias atuais, de letras ásperas.
Em suma, casais dançando aperfeiçoam o mundo.


Marciano Vasques

segunda-feira, 11 de junho de 2012

RS: Associados AEILIJ na 28a. Feira do Livro de Canoas


Anna Claudia Ramos/RJ
Caio Riter/RS
Celso Sisto/RS
Daniel Munduruku/MG
Hermes Bernardi Jr./RS
Ilan Brenman/SP
Jacira Fagundes/RS
Júlio Emílio Braz/SP
Leila Pereira/RS
Lucia Fidalgo/RJ
Marô Barbieri/RS
Monika Papescu/RS
Rosana Rios/SP

Postado por H

RS: Convite do associado Marion Cruz


RS: Regional RS da AEILIJ debate com outras entidades ligadas ao Livro e Leitura


Programação do dia 12 de junho de 2012

9h às 11h30min

Encontro de Escritores da AGEs- AEILIJ - ACE
"Escrevo, logo sou escritor?"
Jacira Fagundes - Escritora e Coordenadora Regional AEILIJ
Jairo Luiz de Souza - Presidente da ACE
Oscar Bessi Filho e Marlon de Almeida - Representantes da AGEs
Local: Auditório Biblioteca Pública Municipal João Palma da Silva

13h30min às 15 h

Encontro de Escritores da AGEs, AEILIJ - ACE
"Se todos são escritores, onde estão os leitores?”
Clô Barcelos - Clube dos Editores
Rodrigo Rosp - escritor e editor
Ruben Penz - representante da AGEs
Cimara Melo - IFRS
Jacira Fagundes - Escritora e Coordenadora Regional AEILIJ
Local: Auditório Biblioteca Pública Municipal João Palma da Silva

Postado por H

NE: III Concurso CEPE de Literatura Infantil e Juvenil

ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES 
Premiação totaliza R$ 32 mil reais

A Companhia Editora de Pernambuco - Cepe abriu inscrições até 30 de agosto ao III Concurso Cepe de Literatura Infantil e Juvenil, que tem o objetivo de revelar novos escritores brasileiros e contribuir para a formação de leitores. Os candidatos concorrem a prêmios que totalizam R$ 32 mil: R$ 8 mil para o primeiro colocado de cada categoria, R$ 5 mil para o segundo e R$ 3 mil para o terceiro; e têm a chance de publicação da sua obra pela Cepe Editora.

No primeiro concurso, em 2010, foram inscritas 435 obras, das quais foram publicadas 12. No segundo, realizado no ano passado, foram 333 obras concorrentes, das quais foram selecionadas seis, que serão apresentadas ao público no próximo mês de julho: O mar de Fiote, da mineira Mariângela Haddad; Maria das vontades, da jornalista pernambucana Adriana Victor; e O hipopótamo que tinha ideias demais, da cearense Aline Bussons, todos destinados ao público Infantil. Na modalidade Juvenil, serão lançados O dia em que os gatos aprenderam a tocar jazz, do carioca Pedro Henrique Barros; A valente princesa Valéria, de João Paulo Vaz, também do Rio de Janeiro; e O decifrador de poemas, de Viviane Veiga Távora, de São Paulo.

O concurso é aberto a brasileiros e estrangeiros legalizados, residentes no território nacional, de qualquer idade. Os textos da modalidade Infantil são destinados a leitores de seis a 10 anos de idade e os da modalidade Juvenil são para adolescentes entre 11 e 16 anos. Os interessados poderão se inscrever nas duas modalidades de premiação. As obras serão analisadas por uma comissão julgadora composta de cinco membros, entre especialistas em literatura infantojuvenil e profissionais das áreas de educação e cultura. O regulamento do concurso está disponível no portal da Cepe: http://www.cepe.com.br/

domingo, 10 de junho de 2012

SP: Página do Rospo (5)



O CHAMAMENTO DA LITERATURA



—Rospo, estive pensando: o filósofo é um ser para a vida, não é?
—Sim, um ser para a felicidade.
—Como seria o mundo se Epicuro tivesse vencido, em vez de Platão?
—Boa pergunta, Sapabela.
—E a boa resposta, meu amigo?
—"Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades"
—Que mais, Rospo?
—"Não temos nada que temer aos deuses"
—"Qual é para você o filósofo da felicidade?
—Espinosa.
—Sofreu muito.
—Que encanto a sua vida!
—Acredita em outra possibilidade para a filosofia?
—Não. Só a felicidade. Se a filosofia não causar alegria no ser, não terá cumprido a sua essência. Os momentos de tristeza da humanidade foram momentos de afastamento da alegria da filosofia.
—A filosofia tem uma irmã?
—Tem. A literatura.
—É possível afirmar que a literatura é também alegria e felicidade?
—Sim.
—Mas tem literatura que nos leva à reflexão, e outras que abordam questões tristes...
—Por isso mesmo.
—Esmiuçando, por favor.
—O leitor apaixonado fica feliz diante da reflexão. Esse é o bem maior da literatura. Assim, dessa forma, veja só: mesmo quando a literatura expôr situações de tristezas e infortúnios da humanidade, estará regando o espírito do leitor.
—Gosta da palavra espírito, não é, Rospo?
—Sanchoniaton !
—Isso é uma gíria nova?
—O "espírito"  não tem aqui nenhuma conotação religiosa. É a palavra em seu sentido filosófico.
—Verdade que ganhou de presente de aniversário um livro de Goethe e  nunca leu?
—"Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister". Mas li pelo menos umas cem páginas.
—Pretende ler o livro inteiro, Rospo?
—Pretendo, Sapabela, só não sei quando.
—Sobre a literatura eu pensava que só a infantil fosse sinônimo de felicidade.
—Nada, menina!
—Nunca me chamou assim. Gostei.
—Eu também, Sapabela. Veja só: às vezes sinto uma felicidade estranha. Essa felicidade estranha é a literatura. Quando Montaigne falou que na biblioteca estão os melhores espíritos, os espíritos encantados da humanidade, ele se esqueceu de dizer que esses espíritos estão com você, em você quando subitamente sente uma vontade inexplicável de reler um livro.
—Umas das maiores tragédias da humanidade foi o incêndio que destruiu a biblioteca de Alexandrina. Como será no futuro, se as bibliotecas, dizem, serão todas virtuais? Estará preservado para sempre o tesouro infinito?: Mas fale da vontade inexplicável.

—Sim, repentinamente surge aquela vontade de reler um livro, de Jorge Amado, por exemplo, como Jubiabá...
—Felicidade pura.
—Ou "Memórias de minhas putas tristes", ou "Tia Júlia e o escrevinhador"...
—Como você explica isso?
—É o chamamento da literatura.
—Chamamento da literatura?
—Acredite! Quando você está em certas circunstâncias cotidianas a literatura a chama.
—A poesia sempre pisca pra mim.
—Pois é, esse chamamento é um mecanismo de defesa interior da mente, que busca, sempre, a felicidade.
—Rospo, e eu comecei falando de filosofia.
—Dessa irmandade não escapamos, Sapabela.
—Vamos ao nosso chocolate expresso?
—Sim, vamos, esse é o chamamento da amizade.
—Só me faz rir, Rospo.


MV

sexta-feira, 8 de junho de 2012

SP: Página do Rospo (4)

FALANDO DE “RALACIONAMENTOS”


Rospo encontra uma amiga.
—Rospo, não consigo me entender com meu namorado.
—O que não acontece?
—Perguntou errado, Rospo. Deveria ser "o que acontece?".
—Pois que seja.
—Ele quer controlar a minha vida.

—Terá que resolver com ele.
—Não dá. Ele nem me ouve. Só vive falando de si.
—Às vezes, quem não tem, fala.
—Não entendi.
—A falta de conteúdo, em alguns casos, força o sapo a se expor mais numa falação de léguas. Quer enfiar goela abaixo dos ouvidos o seu currículo. Lembro-de que quando participava do movimento literário alternativo...
—Cuidado com o que vai dizer, meu querido!
—Tinha uns colegas que publicavam nas revistas alternativas imensos e quase intermináveis currículos, nos quais, entre outras coisas, às vezes apareciam dezenas e dezenas e dezenas de entidades às quais eles participavam...
—E daí? Sempre ajuda, não é?
—Outros faziam diferente.
—Como faziam, Rospo?
—Publicavam poemas inéditos, contos. Faziam. Não desprezo o falar de si, mas sempre me apego ao ditado alagoano, "O Feito Fala".
—Vamos voltar para o meu namorado?
—Volte você.
—Você me faz rir, Rospo.
—Talvez esteja precisando disso. Rir. Rir sem parar. O riso é o maior terapêutico da alma. Se você rir de gargalhar e se deixar levar pelo seu próprio riso, quando estiver à sós, ou com uma amiga ou um amigo...
—O que tem, Rospo?
—Irá perceber o que falta em sua vida, ou melhor, irá perceber "o que não acontece" em sua vida com o namorado. Não acredito, sinceramente, em nenhum ralacionamento em que não faça parte o riso, o riso autêntico, o riso farto, o riso gostoso, de leveza explícita...
—Você falou errado, meu amigo. Não é ralacionamento.
—No seu caso é. Um relacionamento em que um atrofia o outro, que tenta anular a potencialidade do outro, em que esmaga a alegria genuína que cada ser possui, não é um relacionamento. É um ralacionameno, em que um rala o outro.
—Rospo, devo me separar do meu namorado?
—Nem um psicanalista deve responder isso de forma explícita.
—Está um pouco atrevido hoje, Rospo. Mas se ninguém pode me responder, como poderei agir?
—As respostas estão em você. Se considerar que seu "relacionamento" esmagador é benéfico, tudo bem, se considerar que ele está bloqueando e impedindo o seu inalienável direito ao riso, deverá saber o que fazer.
—Muitas sapas sofrem...
—Muitos sapos também, não se esqueça. Prossiga.
—Pois bem: muitas sapas, ou sapos, sofrem, mas não deixam o parceiro. Isso é masoquismo.
—Talvez falte o essencial. Uma conversa consigo mesmo. O tal mergulho. As coisas são simples, as convenções são seculares. Dois mil anos de sedimentos, de sedimentação, não se removem de uma hora para outra.
—Obrigado, Rospo. Vou ter uma conversa séria com ele.
—Espere um pouco, menina. Vai pular a primeira conversa?
—Não entendi.
—A conversa com você mesma, lembra?
—É mesmo! Você tem razão. E sua amiga, como vai?
—Sapabela? Moça! Temos um sorvete às dez horas. Tchau!
—Corra, Rospo! Se ela ficar brava por causa do atraso, diga que foi por uma boa causa.
—Ela não ficará brava, minha querida.
—Uma última coisa: devo procurar um lago, para me isolar?
—Por qual motivo?
—A conversa comigo.
—Pode ser caminhando na calçada, no ponto de ônibus. Onde quiser.
—Meu namorado vai ver!
—Sapinha. Deixe a armadura em casa, e vá para essa conversa com a alma cristalina, límpida, translúcida. O sol sempre vence.


ROSPO NA AEILIJ PAULISTA — 4
Marciano Vasques


2 comentários:


Nil Medeiros9 de junho de 2012 09:44
Atingiu o alvo.

Regina Sormani9 de junho de 2012 12:37
Que ótima notícia!!! O fã-clube do Rospo agradece.
Bjão,

Regina

quinta-feira, 7 de junho de 2012

SP: Quintas (62)

A NECESSIDADE IMPERDÍVEL


A revolta dos guarda-chuvas? O trem chegou atrasado? Meninos, o trem! Se não há encanto nos olhos de encharcar é porque a época tem um toque de tristeza que não pode ser desprezado. Comecei esta “Quinta”, com livros de Sidonio Muralha, um dos mais fecundos poetas para crianças. Dedicou sua vida apaixonante à literatura infantil. Nasceu em Lisboa e viveu aqui no Brasil.
Recentemente perguntei a uma menina de nove anos, se ela conhecia um poema de Cecília Meireles. “Quem é essa?”, perguntou a pequena, que aprende com uma velocidade estonteante tudo no celular. Jamais irei alcançar em destreza tecnológica essa nova geração. E lá vem Orkut, (quem ainda não se lembra?) e lá vai algo que no horizonte nos aponta um pedido de pausa.
Cecília? Nasceu no Rio de Janeiro, e foi criada por uma avó que cantarolava tudo que era cantiga, e recitava ditados populares, e parlendava o dia inteiro. Foi com ela que a menina aprendeu que “a vida é um conto que acontece”.
Crianças, não se sabe direito ainda se a vida é “Ou isto ou aquilo”.
Bartolomeu Campos de Queirós, é tanta felicidade, menina, que só caberia mesmo num poema.
Num circo! Onde mais? Onde mais? Vá buscar seu coração na poeira da tarde, vá nos capinzais, nas teias orvalhadas refletindo gotículas de arco-íris, vá nas páginas de um livro. Um livro? É, nos sonetos e versos de Carlos Drummond de Andrade. “Só fala de gente que não conheço!”.
Veja, no caminho da escola tem um mundo, tem um mundo.
Acredito, e só acredito, eu, que aqui escrevo, numa educação poética, de encantar meninas e meninos. Não tem mais espaço para tal coisa? A realidade agora é sinônimo de velocidade, será que não percebo?
Fast Food. O cinema não diz, não traduz. Os professores poderiam causar a revolução essencial. Mais isso não acontece, então, precisamos repensar tudo. Isso não acontece, mas é bom saber que tem muitos professores com a alma repleta de poesia, minha pequena.
Tem gente escrevendo em Portugal para crianças, tem na América Latina, tem em todos os lugares do mundo, e aqui também, naturalmente. Temos poetas, e dos bons, aos montes, menina, temos sim, meninos. A vida é uma doce caminhada na calçada, criança, a vida é Quintana, é mesmo, é um doce de Cora Coralina. Quando a poesia infantil adentrar de vez na sala de aula, o coração de giz irá se expandir de tal forma, que só quem for criança ou tiver o olhar repleto de espantos, irá sorrir um sorriso de pedrinhas de brilhantes.
Se alguém não souber por onde anda a poesia infantil, é só procurar, e ela se abrirá em mil girassóis. Poesia infantil não brinca de esconde-esconde. Ela está sempre onde uma criança estiver.

Marciano Vasques


Um comentário:

Regina Sormani9 de junho de 2012 12:58
Marciano, aquilo que vc falou a respeito da poesia infantil, foi, realmente, muito oportuno e feliz. Adorei!!

Bj da Regina

segunda-feira, 4 de junho de 2012

SP: Quem conta um conto... - Regina Sormani / Fábio Sgroi

Oi, tudo bem?
Como o mês de junho é dos namorados, a escritora REGINA SORMANI aceitou o convite para deixar neste canto do blog OS FIOS INVISÍVEIS DO AMOR.
Envolva-se neles também!

Os fios invisíveis do amor
Li alguns anos atrás, uma fábula chinesa que contava o seguinte:
Cada pessoa, ao nascer, traz amarrados aos pés fios invisíveis e muito, muito longos que, durante sua vida devem encontrar seus pares, nos pés de outra pessoa. O destino se encarrega de juntar essas almas gêmeas, de forma, muitas vezes, inusitadas. Na fábula, a filha única do imperador se apaixona por um rapaz de família simples e se rebela contra a vontade do pai que pretende casá-la com um príncipe rico e cruel. O rapaz pobre é condenado à morte pela ousadia de se aproximar da princesa e tudo parece perdido para o casal de apaixonados. Porém, na hora da execução, o carrasco percebe que o moço traz no pescoço, um cordão com uma medalha e a entrega ao imperador. Este pedaço da fábula, todo mundo conhece: na verdade, o rapaz é o filho de um nobre e valente amigo do imperador, desaparecido num campo de batalha. A medalha é o documento de identidade do namorado da princesa. Desvendado o mistério, tudo acaba bem. Os fios invisíveis do amor cumprem seu destino. A princesa e seu amado casam-se e vivem felizes para sempre.
Deixando de lado a fábula chinesa e as artimanhas do destino, conheço alguns casos que acontecem no dia -a- dia e que merecem, pelo menos, alguns segundos da nossa atenção. Acompanhei de perto a história a seguir:
Osmar estava noivo, de casamento marcado com Patrícia. Lá no íntimo, ele não havia esquecido a Tereza, sua namoradinha de infância, que deixara há anos, no interior do Mato Grosso. Quase às vésperas do matrimônio, Osmar foi à Catedral da Sé para um momento de oração e reflexão. Na hora da saída, a moça que estava à sua frente deixou cair um livro de orações. Osmar apanhou o livro e quando foi entregá-lo, ficou frente a frente com Tereza. A partir daí, a história de Osmar começou a mudar. Sim, ele desfez o compromisso com Patrícia e até hoje está casado com Tereza.
Esse reencontro foi obra do destino? Coincidência? Teriam os fios invisíveis do amor se entrelaçado e unido Osmar e Tereza? O importante é que o amor venceu!

A todos, um belo e colorido mês de junho.

Regina Sormani

________________________________________

LELECO ataca novamente; graças ao criativo ilustrador FÁBIO SGROI.


sábado, 2 de junho de 2012

PR: Lançamento do livro Trato Feito, de María Rosana Mestre

Novidade!
Este livro lindo, é da autora María Rosana Mestre,
com ilustrações de Marcus Matumoto.TRATO FEITO/TRATO HECHO
Lançamento dia: 02.06.12
Hora: 11h às 14h
Local: Livraria Navegadores.
Rua: Cel. Dulcídio, 540 - Batel.

Marcus Matumoro, o ilustrador; María Rosana Mestre, a autora e Leteia Silva da Editora InVerso, na Livraria Navegadores.


Postado há 2nd June 2012 por Marilza Conceição
Localização: R. Cel. Dulcídio, 540 - Batel, Curitiba - PR, 80420-170, Brasil

sexta-feira, 1 de junho de 2012

SP: Vice-Versa de junho de 2012

Amigos!

Participam do Vice-Versa de junho os escritores Marciano Vasques (SP) e a coordenadora da regional  da AEILIJ do Paraná, Marilza Conceição. Agradeço a participação. Um abraço a todos!
Regina Sormani

Marilza Conceição

Marciano Vasques


Respostas de Marilza Conceição

1. Poderia nos expor, Marilza, a Pedagogia do Imaginário? De que forma ela atua no crescimento alfabetizador da criança em sua preparação para o mundo?

O imaginário humano está presente em todos os aprendizados. Desde os discursos mais sérios fazemos uso da imaginação.
As crianças fazem isso naturalmente, quando o sapato vira um carrinho, a escova de cabelos é a princesa e a gaveta, seu castelo. E se ressentem quando a escola quase proíbe estas manifestações de brincadeiras espontâneas e imaginativas, porque o ensino é rígido e deve cumprir currículos pensados para as faixas etárias definidas.
Em minha prática pedagógica, a literatura é o fundamento do método de ensino. Na roda de conversa são compartilhadas histórias literárias e discussões sobre o cotidiano. E estas conversas são inspiradoras de poesia, música e desenhos. É a construção de um repertório que prepara as crianças para o aprendizado dos demais conteúdos que estão postos. Para construir conceitos, valores morais e principalmente poesia, é necessário um  repertório que aqueça a imaginação, ainda novinha em folha, com perguntas e argumentos.
As crianças constroem palavras novas quando conjugam verbos usando as terminações que lhes parecem adequadas. Intuitivamente denominam com palavras substitutas, as existentes no vocabulário que todos falam, porque é do que precisam para situar-se no universo.  
Para exemplificar a prática que descrevo, nada melhor do que um relato de experiência, que está publicado no meu blog: http://marilzaconceicao.blogspot.com.br/ em 06.06.2008 com o título: Quando os professores pensam em poesia, e no site  da Rede Municipal de Ensino de Curitiba http://www.cidadedoconhecimento.org.br/cidadedoconhecimento/index.php?portal=520&cod_not=17907
Certo dia, fomos ao cantinho mágico das histórias, que fica em qualquer lugar que o desejo mandar. Basta imaginar o tapete de Sherazade e viajar até às nuvens, estejamos à sombra da árvore ou na do muro do prédio da escola. A roda participava concentrada na história que eu contava, quando sentimos o vento mais forte e frio e as nuvens acinzentadas pairando acima de nossas cabeças. Gordas  gotas precipitaram-se e eu disse às crianças: “Sintam!” Surpresos me responderam: “Pode?”, “venham”. E corremos de braços abertos pela grama.
Surpreendentemente, uma nuvem de libélulas subiu da touceira de mato alto. Foi um pula, pula, uma gritaria e a chuva caiu mais forte. Nos abrigamos no pátio coberto para apreciá-la, vendo as gotas espocando na calçada. Nenhum dicionário poderia definir melhor a palavra “espocar”, pois pudemos senti-la.
Voltamos em um burburinho sorridente para a sala, para a roda de conversa que se instalou e eu anotei o que eles falaram a seguir. Depois apresentei-lhes as frases, que reduzimos e agrupamos num texto e na sequncia construímos a poesia:

LIBÉLULA
A Libélula parece um helicóptero
só que bem pequenininho
nós corremos pela grama pra tentar pegar
acho que ali perto tem um ninho.
Algumas crianças pulam alto
quase pegam os insetos
mas não conseguimos alcançar
porque nós não sabemos voar!

2. Fale, por gentileza, sobre o seu livro “O Balé da Chuva”.

É uma história de amor entre a mãe e a filha, que apresenta uma grande descoberta: o assustador barulho do trovão não pode ser desligado. A mãe mostra o som das gotas pingando na calha, caindo sobre as plantas e espocando na calçada. Com estes minutos de carinhosa atenção, o sono vem, o medo vai embora. O cheiro da terra molhada que a chuva de verão deixa exalar do quintal, desperta a poesia da infância que a mãe carrega dentro de si e compartilha com a filha. É uma história que mostra como o amor dá conta de refletir e responder perguntas sobre as coisas que nos fazem sentir medo.  O amor dissipa o medo.

3. Demonstra uma alegria imensa em seus comparecimentos nas escolas. Pode nos falar sobre como estar presente nesses encontros com as crianças e as professoras tornou-se importante em sua vida?

Encontrar-me com as crianças e suas professoras nas escolas é entrar em diferentes mundos, todos com seu encanto particular. Há uma expectativa no ar quando eu chego: “ela é nova!”, e quando respondo às perguntas ouço comentários: “Ela tem pai e mãe”, “ela foi criança em Curitiba” e outras tantas surpresas que nos igualam na mesma cidade, com os desejos parecidos e a diferença de tempo de décadas de infância. É recorrente sentir-me uma menina que gosta de correr com eles pela grama, sentindo pingos de chuva, e de inventar histórias.

4. Você é uma contadora de histórias e dá gosto vê-la rodeada de crianças, como na I Bienal do Livro de Curitiba. Pode nos traduzir o sentimento que a invade nesses momentos?

Nesta ocasião, eu fui convidada pela Biblioteca Pública do Paraná e apresentei textos criados com o intuito de incentivar a leitura do público mirim. O sentimento foi de responsabilidade e alegria por participar da I Bienal do Livro de Curitiba. Já a personagem Mila, que tem vida própria, com agenda e guarda-roupa, não cabia em si de contentamento.
O preparo de eventos exige atenção e cuidado para o público a que se destina, repertório com texto apropriado e grande parte das vezes com música. Sinto-me feliz por contribuir com ações de literatura na minha cidade. Eu amo Curitiba!


Respostas de Marciano Vasques

1 - Tudo Azul, Marciano Vasques?

R: Sim, sempre azul. A cada novo amanhecer. Principalmente quando o azul do céu se torna ciano, que é a cor do céu na manhã, por volta das 9horas. Tenho plena consciência de que as coisas não andam bem no mundo, ainda. É preciso muita luta dos oprimidos de modo geral, força e coragem para seguir em frente num cotidiano de tantas contradições e desavenças. Mas, cada um tem que preservar os seus mecanismos interiores de defesa. Eu, no caso, moro numa casa. Azul. O Nome “Casa Azul da Literatura” foi inspirado no livro “Uma Aventura na Casa Azul”, da Editora Cortez.

2 - Sua produção de periódicos é intensa. Como você organiza seu tempo e a inspiração para escrever as páginas: Casa Azul da Literatura, Casa Azul da Arte, Casa Azul da Educação, Ciano e a Revista Palavra Fiandeira?

R: Nem me dedico mais com tanta intensidade. O CIANO preciso atualizar, e o CASA AZUL que tinha postagens diárias, agora passa por longos períodos sem postagens. O da Arte me entristeceu muito. O da Educação, foi uma ilusão, pois cansei de pedir para que os professores escrevessem. PALAVRA FIANDEIRA agora ressurge reformulada, e semanal. Para mim é motivo de orgulho e alegria ter uma revista digital de literatura e artes, semanal. O tempo eu invento. A organização é acordar cada vez mais cedo. E atualmente, é verdade, não tenho tempo de sobra, e agradeço muito por isso.

3 - Em sua literatura infantojuvenil há diversos personagens da turma da bicharada: borboletas, focas, libélulas, entre outros, vivendo as mais empolgantes aventuras. Você incumbe os habitantes do mundo imaginário da missão de buscar respostas para as dúvidas do cotidiano dos leitores?

R: Certa vez, eu estava passando por um sofrimento intenso, e um amigo falou: “Pense na força dos bichinhos”. Isso realmente foi profundo para mim. E quanto aos personagens, eles são simbólicos da infância que vivi. Escapei de tudo que aí está, mas não sou contra o espírito da época quando se trata de grandes revoluções como a Internet. A infância reside em nós de forma absoluta. Não podemos fugir de nossos princípios. E nesse aspecto, os bichinhos em sua conversa poética, assim como os outros personagens, orientam o coração, que é de onde tudo deve brotar e se expandir. Ofereço os bichinhos e a literatura infantil como uma forma de repartir a felicidade da minha infância com as crianças. Aliás, felicidade existe para ser repartida. Na verdade, escrever é uma das formas de felicidade do Ser.

4 - Sapabela e Rospo são namorados, amigos filósofos, personagens que gostam de inventar palavras novas e lhes dar sentido, ou ainda, personagens que relatam suas certezas e dúvidas diante dos sentimentos com os quais se deparam?

R: Rospo é demasiado humano, alguém já disse. Na verdade, o personagem é uma trincheira contra a arrogância, sobretudo, a arrogância intelectual, para ele a mais terrível. E também a arrogância no mundo das artes, que afinal ela existe sim. O Sapo acredita na leitura, como única saída para o desabrochar libertador do pensar. Sapabela, é a mulher em toda sua força intelectual, e seu mundo extraordinário, no que ele tem de melhor. É vaidosa e não abre mão disso, para alegria do Rospo. É muito esperta, no bom sentido: ligeira e intuitiva. Não são namorados. São amigos, içados pela Filosofia, pela Poesia e numa fortaleza contra o obscurantismo. São éticos, e primam pela ética, que segundo eles, deve orientar a vida anfíbia. São personagens criados para o público infantil, mas que atingem em cheio o público adulto.


Um comentário:

Nil Medeiros1 de junho de 2012 21:05
Sem dúvida o escritor Marciano Vasques consegue envolver,e principalmente,conquistar cada vez mais o público adulto.Rospo e Sapabela são presentes queridos â todos nós que apreciamos uma bela literatura.