terça-feira, 31 de janeiro de 2012

NE: Livros infantis que nascem acessiveis



Em parceria com Associação de Escritores e Ilustradores de literatura infantil e juvenil - AEILIJ, a Fundação Dorina Nowill para Cegos produziu uma série de 10 títulos infantis acessíveis, impressos em braille e letras ampliadas.

Os autores e os ilustradores, sob a orientação dos profissionais especializados da Fundação Dorina, criaram estórias e desenhos que pudessem ser reproduzidos com letras ampliadas, textos em braille e imagens divertidas em relevo, para possibilitar que crianças cegas e com baixa visão leiam o livro em companhia da família e dos colegas de aula, proporcionando uma leitura interessante e prazerosa, com recursos de acessibilidade importantes para a compreensão de pessoas com e sem deficiência visual.

“Esta edição foi feita com carinho, para todas as crianças que conseguem ver, mesmo sem conseguir enxergar, que as verdadeiras riquezas estão muito além daquilo que o dinheiro pode comprar”, diz Álvaro Modernell, autor da obra Quero ser rico.

A primeira tiragem dos livros foi patrocinada pela Fundação Itaú Social e Bradesco, sendo mais de 35 mil exemplares distribuídos para 5 mil bibliotecas, escolas e organizações de todo o Brasil. As obras também estarão a venda na loja virtual da instituição a partir do dia 05 de fevereiro

Ainda em 2012 serão lançadas novas tiragens dos livros com outros recursos de acessibilidade, como a audiodescrição.

Livros infantis tinta/braille com ilustrações em relevo
Fundação Dorina Nowill para Cegos
formato 2 cm x21 cm;
R$ 25

Títulos:
- Quero ser rico, escrito por Álvaro Modernell, ilustrado por Cibele Santos;
- Umbigo, escrito por João Proteti, ilustrado por Nireuda Longobardi;
- A dança das cores, escrito por Luís Pimentel, ilustrado por Márcia Cardeal;
- Meu pai é o Maximo, escrito por Anna Claudia Ramos, ilustrado por Danilo Marques;
- A horta de Ethel, escrito por Celso Sisto, ilustrado por Sandra Ronca;
- Pedro e Joaquim, escrito por Denise Crispun, ilustrado por Thais Linhares;
- Amigo Bicho, escrito por Flávia Côrtes, ilustrado por Cris Alhadeff;
- Capitão Mariano, o Rei do Oceano, escrito por Maurício Veneza, ilustrado por Roney Bunn;
- A galinha que botava batatas, escrito por Simone Pedersen, ilustrado por Paulo Branco;
- A girafa do pescoço curto, escrito por Regina Drummond, ilustrado por Felipe Vellozo.

Reproduzido do site da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

PR: Carta para El Niño - Glória Kirinus, Paulus



Carta para El Niño.  

Sempre aguardei algum recado que chegasse do mar. Como o mesmo não vinha resolvi escrever para “El Niño”. E o tal “Niño” manda recados em forma de chuva, sol, ventos e nuvens novidadeiras. Recados tão misteriosos quanto uma garrafa no mar. Meu mar é o Pacífico que banha as costas do meu país natal, o Peru. Migrei para o Atlântico há muito tempo, neste lado do Brasil. Atualmente moro em Curitiba, cidade que tem as quatro estações do ano no mesmo dia. Já me acostumei, faça sol ou faça chuva, escrevo livros para o público infantil, juvenil e adulto. E faça chuva ou faça sol crio aulas na universidade (UFPR) com meus alunos de diversos cursos. Também criei a oficina itinerante de pedagogia poética para professores: “Lavra-Palavra”. Ministro oficinas de criação literária e palestras por muitas praias.

Enfim, com este livro começo uma nova ventura pela Paulus, com ajuda do vento, das ventanias e vendavais que um tal “ El Nino” se encarrega de aprontar. 

El Niño, Glória Kirinus, Paulus, 2012

Postado há 31st January 2012 por Marilza Conceição

domingo, 29 de janeiro de 2012

SP: Mensagem - A mentira

A MENTIRA

Simone Pedersen

Você nunca mentiu? Nunca, mesmo?

Conhecidas como mentiras brancas, os seres humanos criaram a estratégia para conviver em sociedade sem criar conflitos desnecessários. Não é fácil dizer a verdade sempre. Algumas vezes, não é viável. Somos tomados por um sentimento de dó, respeito, consideração e até medo. Eu fui assaltada à mão armada três vezes. Jamais diria ao ladrão o que eu realmente pensava sobre ele, naqueles instantes de forte emoção. E assim caminhamos. “Mas, é apenas uma criança”, “Coitado, é um idoso”, “Ela nem sabe o que está dizendo”. Criamos seres humanos cada vez piores.

Quem nunca observou uma criança e culpou os pais pelo seu comportamento mal-educado, egoísta ou soberbo? Alguns educam os filhos, outros criam monstros que acreditam ser melhores que os outros, mais íntegros, mais inteligentes e merecedores de aplausos a vida toda. Nem sempre a culpa é exclusiva dos pais. Cada um nasce com sua índole. O maior problema é que crianças crescem. O que era perdoável passa a ser inaceitável. Adultos acometidos pela fome do mal, se transformam em pessoas tristes e insatisfeitas; ao mesmo tempo em que se alimentam dos infortúnios de alguns, vivem famintos e nunca cessam a busca. Tornam-se pessoas decepcionadas com o mundo que não lhes proporciona o que acreditam ser seu por merecimento. Elas acreditam em uma auto-imagem criada e não percebem o quanto se denunciam a cada comentário.

Os mais espertos consideram que mentir é arriscado e criam uma meia verdade. São artistas da manipulação com palavras. Usam um fato real para criar uma farsa. Uma simples participação em um evento e já o citam como de sua iniciativa. Inflam a importância do que fazem de bom, como em um emprego que de fato existe, mas cujas responsabilidades são exageradas. São os mentores do que um grupo produz com qualidade. Comentam elogios recebidos. Algo deu errado? Ele não foi ouvido, claro! Se criticados têm a resposta na ponta da língua: inveja! Quando demitidos, a culpa é de alguém que puxou o tapete para derrubá-los - não para limpar a sujeira que escondiam embaixo dele-. Pessoas assim existem em todos os lugares, mas, na política e nas artes é onde mais as encontramos. Um operário que aperta parafusos não tem contato direto com o produto final. Preocupa-se mais com o preço do leite do que com a sua imagem pública.

Como Deus criou o mundo, alguns acreditam que, criando, são um pouco de Deus também. Culpa de todos nós. Criticamos pelas costas e permitimos que só elogios cheguem aos ouvidos, como se toda obra fosse divina. Na literatura, área que conheço mais, é comum vermos pessoas que confundem o escritor com sua obra. Como se palavras escritas fossem verdades.

Ninguém melhor que um político ou escritor para criar meias verdades. As palavras são nossas ferramentas. É muito fácil escrever ou falar sobre comportamentos éticos e honrados. Já li poemas lindos de detentos que se declaram inocentes e cometeram crimes hediondos, comprovadamente.
Ah! Provas, como gosto delas. São irmãs dos Fatos. Palavras? Bem...

A única verdade que existe nessa crônica é a seguinte: todo mundo mente, menos eu!


Simone Pedersen é escritora associada da AEILIJ paulista

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

SP: Concursos literários

A escritora associada da AEILIJ Simone Pedersen nos enviou informações sobre concursos literários para o ano de 2012. Ela faz parte do Clube dos Escritores de Vinhedo.

Obrigada Simone!


Rodrigo Domit, poeta e escritor, criou o blog acima no ano de 2011, no qual ele publica informações de várias fontes.

No final da página tem um espaço para você inscrever seu e-mail e receber atualizações sobre novos concursos.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

SP: Trocas Malucas

Por César Obeid                              

É interessante escrever um artigo sem o calor do momento. Chegamos em 2012. Os gritos de “Feliz Ano Novo”, os fogos brilhantes rasgando o ar, as retrospectivas tanto exploradas pelos canais de tevê, aquele parente distante que veio passar as festas conosco, já se foi. Que alívio! Estamos em 2012.  

Gostaria de falar sobre a globalização ou qualquer nome que se dê para esse fenômeno incrível que diminuiu as distâncias entre os povos e suas culturas. Em uma breve busca em sites que vendem passagens aéreas, constata-se que custa menos ir à Buenos Aires do que para Manaus. Hoje, com o básico domínio do inglês, é possível se comunicar com pessoas da China, da Índia, da Síria e, praticamente, de qualquer parte do mundo.

Com a padronização dos usos e costumes, pouco nos resta além da nossa história e da nossa cultura.
  
Entre os livros que figuraram na lista dos mais vendidos no ano de 2011, na categoria não ficção, muitos são de história; 1808 e 1822, do escritor Laurentino Gomes, por exemplo. Estamos com desejo e necessidade de voltar às nossas raízes e saber um pouco mais do nosso passado, ao que tudo indica, será a busca pela nossa história que nos aliviará nesse processo de mundo diminuto. Mas, e a cultura?

Outro dia, visitando uma conceituada escola de São Paulo, andando pelos corredores, ao lado de uma simpática professora, encontrei belos cartazes com os mitos do nosso folclore. Lá estavam a Iara, com seus lindos e encantadores cabelos, o Curupira, muito bem desenhado com seus pés virados para trás, e todos eles; Boitatá, Mula sem Cabeça etc, etc. Mas, cadê o Saci, o nosso mais famoso mito? Perguntei para a professora- ele não estava presente nos cartazes. Pensei que seria alguma travessura do negrinho que aprontou mais uma e saiu em algum rodamoinho por aí.  

- Não, na verdade, não mostramos o Saci para as nossas crianças, pois não podemos mostrar um afrodescendente com deficiência física.     
    
Sei que muitos leitores concordam com a boa intenção da nossa educadora, afinal para que serve uma instituição de ensino, senão  para dar igualdade a todos?

Por outro lado, muitos leitores como eu, não querem ver a nossa cultura, a nossa história, a nossa tradição indo por água abaixo, ou melhor, por cartaz abaixo.

Quero deixar claro que não sou a favor de toda e qualquer tradição. Muitas manifestações das culturas tradicionais são cruéis, como a Farra do Boi ou as Festas de Vaquejada e deveriam ser extintas de vez da nossa sociedade, proibidas por lei.

Por outro lado, muitas instituições de ensino parecem não enxergar o que nos cerca, dentro e fora do universo escolar, e voltam sua atenção somente aos contos de fadas e às músicas tradicionais, impondo uma série de diretrizes politicamente corretas. Também deixo claro que não sou contra esse movimento mundial que busca a paz e a aceitação entre os diferentes. Mas, tudo isso, sem a ligação com o mundo real, torna-se fraco, incapaz e não faz muito sentido.

Gostaria que lessem uma hipotética carta de uma escola bem intencionada endereçada aos pais.

Senhores pais, tendo em vista a nossa vontade em educar de acordo com o interesse da sociedade atual, segue a planilha das novas regras da nossa escola.

- Todo aluno pode tomar refrigerante à vontade, inclusive terá lugar de destaque na cantina. As frituras, embutidos, enlatados e salgadinhos de saquinho também são liberados. Não se preocupem que adotaremos livros que tratem da alimentação saudável.
- Os alunos devem utilizar copinhos descartáveis. Alguns pais disseram que o copo não descartável não é higiênico. Claro que também faremos um belo trabalho com o meio ambiente, no mês de junho.
- As meninas podem usar salto alto. Vamos aproveitar, pois o Brasil é um dos poucos países que permitem sua venda para as crianças. Ah, se as suas filhas não conseguirem correr e brincar, não faz mal, o que importa é que elas estarão muito elegantes.
- Na nossa escola, as crianças não podem cantar a música do cravo que brigou com a rosa porque é muito violenta, mas no intervalo entre as aulas, nós permitiremos que brinquem com seus jogos eletrônicos à vontade.
- Outra canção proibida é “Atirei o pau no gato”, não queremos de maneira alguma estimular a violência entre nossa turma. Mas, prometemos tocar na nossa festa junina beneficente as músicas dos cantores que fazem apologia ao rodeio, sem citar a crueldade que fazem com os animais.

Enfim, são alguns exemplos de uma lista muito mais extensa. Será que essa troca que fazemos está valendo a pena? O que podemos fazer para educar de verdade, sem maquiar a realidade?

Estamos em 2012, o que vamos fazer? 

César Obeid é escritor, educador e contador de histórias, associado da regional paulista da AEILIJ.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

RS: Nossa homenagem a Bartolomeu Campos de Queirós

Morreu no dia 16 de janeiro, na cidade de Belo Horizonte, aos 66 anos, o escritor Bartolomeu Campos de Queirós.

Bartô – como era chamado pelos amigos – foi o idealizador do Movimento por um Brasil Literário.

A AEILIJ- Regional/RS, presta sua homenagem ao grande escritor, com um pequeno trecho.

"Ele se recostava na cadeira de balanço e se embalava 
como se o mundo morasse em seu colo. 
   Balançava leve para não acordar o silêncio. Guardava uma secreta ternura pelo silêncio.
           Com ele aprendi que no silêncio cabe tudo. O silêncio decifra todos os labirintos. 
Não existe um só ruído que o silêncio não escute."

Da obra: O olho de vidro do meu avô
de Bartolomeu Campos de Queirós

Postado por Jacira Fagundes

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

SP: Homenagem ao escritor Bartolomeu Campos de Queirós

Bartolo-nosso

por Leo Cunha

Segunda, 16 de Janeiro de 2012 



Bartolomeu não era meu, era nosso. De todo mundo que ama a poesia, a literatura, a leitura, a memória, o ensino, o encanto. Mas no início dos anos 80, eu tinha a impressão de que ele era só meu.  
Ele tinha publicado dois livros no início da década de 70 ("Pedro" e "O peixe e o pássaro"), mas os livros tinham saído de catálogo e desapareceram do mapa durante anos. Aí, em 1980, minha mãe fundou a Editora Miguilim e seu primeiro passo foi recuperar essas duas obras primas do Bartolomeu.

Foram os primeiros de mais de 10 livros do Bartô que eu tive a sorte de ver nascendo e crescendo. Ciganos, Cavaleiros das Sete Luas, Correspondência, Indez, As patas da vaca e outros tantos.  Eu estava entrando na adolescência e pude acompanhar (de intrometido que sempre fui) o processo de ilustração, de editoração, de lançamento. 

Além disso, eu passava todas as minhas tardes na Miguilim (que, além de editora, era uma "casa de leitura e livraria") e o Bartô passava por lá quase todo dia, ou pelo menos foi assim que a minha memória guardou, num ato rebelde de bartolomice.

Quando comecei a escrever, ele foi uma influência clara, descarada. Meu "O sabiá e a girafa" deve um bocado a "O peixe o pássaro". Meu "Gato de Estimação" segue os passos da "História em 3 atos".

Meu estilo, se é que algum dia consegui chegar perto disso, foi fermentado numa mistura do lirismo e do "memorialismo" do Bartolomeu com o humor e o nonsense de outros dois escritores que também foram embora cedo demais: os saudosos Sylvia Orthof e José Paulo Paes.

Muitos anos depois, tive a honra de dividir com o Bartô dois livros: o infantil "Olhar de bichos" e o teórico "O que é qualidade na literatura infantil e juvenil". Além de muitas conversas em lançamentos, feiras de livros, aeroportos, onde quer que a literatura infantil leve a gente. Levava.

Como o seu personagem Pedro, o Bartô foi embora com o coração cheio de domingo. Mas os livros ficam pra todos os dias.

domingo, 15 de janeiro de 2012

SP: Mural - janeiro de 2012

NÚMERO 26 - JANEIRO DE 2012

O Mural é uma agenda cultural postada todo início de mês,
porém, editada ao longo do mês conforme os eventos surgem.
A agenda das bibliotecas é renovada semanalmente.
Amigo associado de qualquer cidade do Estado de São Paulo,
contribua...
aguardamos notícias dos eventos do interior.
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AEILIJ E DORINA NOWILL
Primeiros livros da AEILIJ Solidária

Do Blog de Alex Gomes

No dia 26 de agosto de 2010, Anna Claudia Ramos e Roberto Gallo, representando respectivamente a AEILIJ e a Fundação Dorina Nowill para cegos, assinaram um termo de parceria entre as instituições para darem início à Coleção AEILIJ Solidária.
Foram entregues 10 títulos inéditos, já ilustrados, para a equipe de produção da Fundação produzir e editar os livros de forma adequada. De acordo com o o site da autora Sandra Ronca, "Os livros serão distribuídos gratuitamente para 5.000 bibliotecas públicas do Brasil. Segundo dados do IBGE, das 6.585.000 pessoas com deficiência visual, 6.057.000 são pessoas com baixa visão (a estas se destinam as ilustrações e o texto em tinta e contraste) e 528.000 com cegueira total."



A primeira fornada da coleção: Estão prontos "Meu pai é o máximo", de Anna Claudia Ramos e Danilo Marques, "A Horta da Ethel", de Celso Sisto e Sandra Ronca, e "A galinha que botava batatas", de Simone Pedersen e Paulo Branco,"Capitão Mariano, o rei do oceano" de Maurício Veneza e Roney Bunn. Em breve "Amigo Bicho", de Flávia Côrtes e Cris Alhadeff, também será entregue. 

Os títulos e autores são: Umbigo: texto de João Protetti, ilustrado por Nireuda Longobardi. Pedro e Joaquim: texto de Denise Crispum, ilustrado por Thais Linhares. Meu pai é o máximo: texto de Anna Claudia Ramos, ilustrado por Danilo Marques. A girafa do pescoço curto: texto de Regina Drummond ilustrado por Felipe Vellozo. Capitão Mariano, o rei do oceano: texto de Maurício Veneza ilustrado por Roney Bunn. A galinha que botava batatas: texto de Simone Pedersen ilustrado por Paulo Branco. A horta da Ethel: texto de Celso Sisto ilustrado por Sandra Ronca. A dança das cores: texto de Luis Pimentel ilustrado por Lucia Cabete. Amigo bicho: texto de Flávia Côrtes ilustrado por Cris Alhadeff. Quero ser rico: texto de Álvaro Modernell, ilustrado por Cibele Santos. 


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